Começando do (quase) zero

Sabe aquela história de tentar solucionar um problemão aos poucos? Então, acho isso a maior furada. Acho que quando o problema já chegou num ponto meio fora de controle, é preciso ter um momento de ruptura e de certa forma tentar cortar o mal pela raiz. Talvez pareça radical, mas decidi tirar do meu armário tudo que não era perfeito.

Como começar do zero!

Eu não me considero muito consumista, mas nos últimos três ou quatro anos um pouco de falta de autoconhecimento, mudanças no estilo de vida e empolgação me fizeram comprar mais roupas do que em qualquer outro momento na minha vida. Só que acho que errei mais do que acertei e muitas das coisas no meu armário estavam me desanimando. Nunca achei que eu fosse passar por essa situação de me sentir sem roupa com o armário cheio ou de vestir as roupas que eu tenho e me sentir esquisita.

Tirei um fim de semana pra isso e comecei a separar pelas roupas que eu realmente amava, aquelas que eu salvaria num incêndio, aquelas que eu ainda escolheria se só pudesse comprar uma peça de roupa pro resto da vida. Deve ter dado uns 10% do meu armário, o que considero um absurdo. Depois separei as que odeio, aquelas que toda vez que coloco me sinto estranha e nem sei direito por que ainda guardo. Daí sobrou todo o meio e eu fui separando por vários critérios. Algumas perguntas a fazer:

  • Quais peças me valorizam?
  • Quais peças são a minha cara e as pessoas me reconhecem por isso?
  • Se eu fosse me mudar de país, de profissão, de vida, me reinventar completamente, o que é tão a par com a minha essência que ainda faria sentido?
  • Se eu pudesse ter o armário dos sonhos, o que eu ainda gostaria de ter nele?
  • Se eu tivesse todo o dinheiro do mundo pra comprar roupas, o que eu ainda acho que valeria a pena guardar?
  • O que eu ainda me vejo vestindo daqui a dois, cinco ou dez anos?

A pilha do sim...

O que sobrou foi isso aí. O principal critério mesmo era que tal peça fosse muito representativa do meu estilo, da minha essência, independentemente de ter necessidade dela no meu armário. Por exemplo, eu preciso de pelo menos umas cinco camisas brancas, mas só tenho uma que amo, então só separei essa. E preciso de pouquíssimos vestidos de festa/noite, talvez uns dois, mas amo todos os que tenho (considero uma coleção atemporal). Então guardei nove vestidos. E o resto foi pra pilha do não:

E a pilha do não.

Antes que alguém pense que eu sou algum exemplo de desapego, aviso: eu não me desfiz de todas essas roupas. Eu ia ter que andar pelada se me desfizesse disso tudo de repente. Em vez disso, separei as roupas que realmente não queria mais ou não me serviam e me desfiz destas. O resto (as outras quatro camisas brancas, por exemplo) eu guardei em uma parte separada do armário. A minha intenção é focar nas roupas que eu realmente gosto e só usar o resto se houver necessidade ou se me der muita vontade. Conforme eu consiga trazer peças novas que tenham mais a ver com o meu estilo, vou me desfazendo dessas antigas.

Fotografei todas as roupas que ficaram pra tentar fazer uma análise e entender o que isso diz sobre o meu estilo. Também coloquei um bloco na porta do armário pra anotar tudo que eu sinto falta (aquela coisa de “isso ficaria perfeito com peça tal que eu não tenho“). Acho que esse é um exercício pra fazer de tempos em tempos pro resto da vida, pra nunca perder de vista a nossa essência e também fazer compras mais inteligentes.

Resumindo, acho que precisa de muita frieza mesmo pra se desfazer de dois terços do seu armário assim, mas também é muito bom abrir espaço para o novo. Deixar esse respiro já está me fazendo ver com muito mais clareza o que eu realmente preciso e o que realmente gosto. Acho que daqui em diante vai ser bem mais fácil me sentir bem com o meu armário e continuar esse processo de reinvenção.

4 comentários sobre “Começando do (quase) zero

    • Oi Raquel! Obrigada pelo comentário!
      Eu fico me achando A desapegada, daí abro o armário e levo susto. Mas hoje em dia penso que só vale guardar o que você ama – aliás, só vale ter em qualquer campo na vida o que você ama, né? Pensando assim fica mais fácil de desfazer, mas tem que ser decisão rápida. Se ficar com uma pilha de roupas esperando destino dá tempo de se arrepender e voltar tudo rsss!

  1. Eu preciso fazer esse exercício com urgência. Acho que faz pouco mais que 6 meses que fiz uma limpa no guarda-roupa e ainda ficou muita coisa! E se eu for parar pra pensar, ainda não gosto plenamente de quase nada. Rsrsrs. Gostei da dica, de fazer as perguntinhas. “isso ficaria perfeito com peça tal que eu não tenho“ Essa é bem boa, até pra nortear as próximas compras! Beijinhos! ;*

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    • Oi Sofia, tudo bem?
      Uma das coisas que mais me irrita é imaginar uma roupa perfeita que eu não tenho, daí pensar que acabei de comprar algo que nem gosto tanto… Ainda essa semana vou postar mais umas ideias que eu tive sobre o que manter e o que desfazer nessas horas, passa aqui pra ver! 🙂

      p.s.: Vi seu blog e adorei, vou acompanhar!

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